Andamos um metros num centro comercial e espaçadamente temos uma banca de peluches para apoiar a instituição x mais à frente umas meninas com caixinhas de esmolas para a instituição y, voltamos e está um peditório nacional para os doentes da doença a.
Entramos para fazer compras e apelam-nos para comprar o iogurte z pois 50 cêntimos são para a associação d. Comprando o azeite k apoiamos a maternidade estatal c.
Vamos à livraria e deparamos com a questão de comprar o livro w para apoiar a associação b.
Duas vezes no ano temos oportunidade de matar a fome a dezenas de milhares de portugueses, doando alimentos através do apadrinhamento da Igreja que não pensa alienar uma décima das suas riquezas.
Ligamos televisão e assistimos a um espectáculo durante o qual podemos ligar para doar mais ou menos um euro dos quais 20% são IVA direitinhos para os cofres do Estado e o restante para inscrever numa rubrica do orçamento de Estado destinado a equipar um hospital com equipamento hospitalar, para mim é um mistério como estas verbas são contabilizadas nos orçamentos dos hospitais, será que as salas equipadas não são património do Estado? São bens de ninguém?
Já não falando dos pedintes individuais que seguindo os incentivos do sr. pinto de sousa, mostram uma iniciativa individual de extremo ‘empriendorismo’, ou nos arrumadores, perdão técnicos de parqueamento automóvel.
Cresci a pensar que era uma obrigação de uma sociedade acudir aos mais necessitados de modo organizado, ou seja através do Estado, organização da Nação que somos todos nós e para o qual todo contribuímos ou devíamos contribuir, mas os nossos governantes andam muito longe destes problemas só entram em pânico quando os cidadãos com problemas com a entrega da gestão das suas fortunas, a maioria das vezes obtidas de modo que se existisse justiça na lei os levaria à prisão, a uns quantos vigaristas que lhes obtiveram obscenos lucros, que nunca se lembraram de partilhar com o Estado fugindo para paraísos fiscais, agora que tem prejuízo pedem ajuda e têm-na.
Sei que é incorrecto alinhar na caridade, as soluções deveriam ser estatais e controladas e independentes de igrejas, mas como dizer isto a quem agora passa fome?
Por mim apoio quem me inspira mais confiança e ai se incluem a AMI e o Sr. Enzo os restantes ficam por vossa conta.
Regredimos em todas as áreas sociais para os fins do século XIX podemos agradecer aos nossos governantes, temos que voltar a ler os manuais de história e ver quais foram as soluções que os nossos bisavôs encontraram. Reconstruir ‘mutuas’ de apoio, sindicatos combativos e dirigidos por trabalhadores, partidos que não tenham medo da luta de rua, é necessário que esta cambada tenha medo do peso das suas acções e não possam circular livremente como lobos entre o rebanho, fizeram uma escolha, destruir o povo então assumam as consequências e vão viver para a Suíça dentro das caves de um banco.
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