sábado, 5 de janeiro de 2008

Pornografia Salarial

Salários de topo 32 vezes mais altos

«Portugal tem um dos maiores fossos entre administradores e funcionários
Sabia que Belmiro de Azevedo ganha 48 vezes mais do que um trabalhador da SONAE SGPS? E que Filipe Pinhal, do BCP, recebe 67 vezes mais do que um colaborador do banco? De acordo com um estudo da Mercer, o administrador português ganha, em média, 32 vezes mais do que o trabalhador da empresa que gere
.
Pedro Queiróz Pereira, da Semapa, bate os recordes portugueses, ganhando 219 vezes mais do que um funcionário da empresa que administra.»[SIC]

Do Arrastão:
«Relação entre os salários dos gestores e dos trabalhadores que menos recebe numa mesma empresa:
Portugal: ----- 32 vezes mais
Espanha: ----- 15 vezes mais
Reino Unido: 14 vezes mais
Alemanha: -- 10 vezes mais

Rendimento anual médio do gestor:
Reino Unido: -------- 700.000€
Portugal e Espanha: 257.000€
Alemanha: ----------- 170.000€

Rendimento anual médio do trabalhador:
Alemanha: ----------------- 31.000€
Espanha e Reino Unido: 23.500€
Portugal: ------------------- 16.500€»

1 comentário:

F. Penim Redondo disse...

Estou convencido de que as motivações de Cavaco, no seu discurso, são de tipo moral e profissional.
Ele não disse que o excesso ganho pelos gestores deveria ser distribuído pelos restantes trabalhadores.

Ele acha é que é imoral a diferença entre os salários dos gestores e os dos meros trabalhadores.
Ele também pensa, provavelmente, que muitos gestores são incompetentes e por isso não justificam o seu vencimento.

Parece-me portanto que se equivoca quem refere a bondade social deste discurso.

Cavaco nada disse sobre os lucros dos accionistas. Os gestores, pelo menos em teoria, contribuem para o sucesso da empresa. Nesse sentido são, em muitos casos, também trabalhadores assalariados.
Para equilibrar os salários dos gestores com os dos trabalhadores ele podia ter, em alternativa, proposto a diminuição dos lucros.

Em resumo: Cavaco não tocou nos lucros dos proprietários, e tentou reduzir os salários de uma parte, a mais bem paga, dos trabalhadores.
Mais uma medida de proletarização das camadas médias ?