sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Homenagem

Os métodos para defender um ideal foram os do seu tempo, mas a coragem essa é intemporal. Tiveram uma culpa, um século depois deixaram um Duarte Pio, mas isso não puderam previr.

Do «Random Precision» ou «Ponte Europa» ou «Diário Ateísta» por Carlos Esperança:

/.../ Em 1 de Fevereiro de 1908, a degradação ética, o caos económico e a bancarrota, eram em Portugal o saldo da ditadura de João Franco, em clima de vindicta política – prisões arbitrárias, fecho do Parlamento, encerramento de jornais, julgamentos sumários e anunciadas deportações em massa de adversários políticos, monárquicos e republicanos.

Instalou-se o terror após a suspensão da Carta Constitucional que o rei assinou com a frieza com que premia o gatilho na caça às perdizes e o entusiasmo com que apoiava a ditadura de João Franco desde 1906.

Manuel Buíça e Alfredo Costa evitaram o desterro e a morte de numerosos portugueses, pondo fim à ditadura opressora, e abriram o caminho para a implantação da República, desgraçadamente à custa das vidas de D. Carlos, do príncipe herdeiro e deles próprios, sonhando com a República sob os escombros da monarquia que agonizava e a que vibraram um golpe fatal.

O assassínio é inaceitável, como insuportável era a repressão do ditador João Franco e a cumplicidade real.

Por isso se lamentam as trágica mortes reais e a brutalidade exercida contra os regicidas mas, tal como o Mestre de Avis, os conjurados de 1640 e Machado Santos, Manuel Buíça e Alfredo Costa merecem um lugar no altar da Pátria que amaram e no coração da República por cujos ideais se imolaram.

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