«para conseguir uma maior fluidez de trânsito em Lisboa, uma gestão mais eficaz do sistema de estacionamento urbano (com maior penalização nas áreas centrais), a alteração gradual do sistema de portagens em todos os acessos radiais, e eventualmente ‘road pricing’, serão instrumentos a utilizar certamente no médio e longo prazo, com efeitos positivos em todos os acessos à cidade»
Fiquei chocado com esta opinião esplanada no relatório e defendida em entrevistas pelo presidente do LNEC, principalmente após as suas brilhantes intervenções em defesa dos relatórios.
Porque defende o LNEC esta solução? Pelo menos é assim que é apresentado pela comunicação social.
Porque será que mais uma vez se defende que o direito de acesso depende do poder económico de cada automobilista? Só os ricos é que podem aceder à cidade, apenas se pretende que circulem em Lisboa viaturas de luxo de alta cilindrada e de tamanho XL? Será para melhorar a imagem da cidade?
Se o problema é o excesso de carros em Lisboa e o estacionamento selvagem então não seria lógico controlar o estacionamento? Quem não tem lugar para estacionar não levará os carros terá que utilizar os transportes públicos. Já hoje eu não me atrevo a levar o carro para lá das Avenidas de Berna e João XXI.
Fico triste por ver o LNEC entrar na moda neo-liberal atacando quem tem menos poder económico e apoiando os mesmos de sempre, os mais ricos.
Mesmo a solução de repressão do estacionamento não é totalmente justa, mas é-o muito mais. Uma polícia municipal activa que integrasse os actuais “sapinhos” da EMEL e reforçada com meios próprios, poderiam pôr em ordem o estacionamento com múltiplas vantagens, não só a redução de trânsito mas também a libertação de passeios para os peões e paragens para os transportes públicos.
A regressão social a que estamos a assistir, pelos vistos pretende-nos levar até à baixa idade média com cada senhor a cobrar portagens à entrada do feudo.
Estou à espera da lógica retaliação, ou seja portagens à entrada de Almada, Amadora, Loures, Oeiras, Odivelas e restantes municípios adjacentes, estes municípios têm obrigação de defender os seus munícipes retaliado no acesso aos seus centros, que em outra escala também têm problemas idênticos aos de Lisboa. Estará o cheiro do dinheiro a enlouquecer os nossos dirigentes? Vai ter muita piada a reactivação das Portas de Benfica, onde ainda existem os edifícios e a criação de um cerco de portagens mesmo que estas soluções sejam electrónicas, terão no entanto de ter solução para o tripeiro distraído de visita à capital.
Há aqui uma incorrecção: o Dr. Elias da Costa não é vogal do CA do BES, mas sim do Santander.
Mas a maior incorrecção é que a lista é demasiado reduzida! Há muitos mais figurões destes!
22 de Abril de 2008 0:09